"Me desculpem os meus pares poetas, me desculpem os românticos como eu, me desculpem os sonhadores. Começo a folhear as páginas de meu passado. Minhas lembranças. Acho que nunca amei ninguém. Não estou me referindo ao amor materno, fraterno, de amor à vida, às pessoas, à liberdade, à natureza, às crianças, à Deus, porque estes existem; estou me referindo de amor de homem para a mulher,e de mulher para o homem. De amor de casais. Este, indubitavelmente , não existe. A paixão existe. Já me deparei com ela algumas vezes. Em todas, impreterivelmente, sofri. Parece uma reação de causa e efeito, ou um sinônimo: apaixonar = sofrer. A paixão é um encontro de duas almas totalmente diferentes, com jeitos, maneiras de enxergar a vida totalmente às avessas. É até comprovado cientificamente, no que tange a afirmação de que os opostos se atraem, os iguais se repelem. A paixão é algo intenso, mas momentâneo. É algo forte e rápido. É como um vulcão em erupção, que no instante seguinte, devasta tudo ao seu redor, e não sobra mais nada, além de cinzas e pântanos sem vida...."