Eu podia sentir o vento entrando pela janela do carro e tocando minha pele com a intensidade de um abraço. – aconchegante como um longo abraço – Comecei a pensar sobre a vida, sobre a minha vida, enquanto o carro cortava a avenida “eu estava com 23 anos, morava sozinho, em um apartamento frio e mal decorado, não tinha namorada, tinha poucos amigos, ou quase nenhum” – minha vida resumia-se a trabalho e o trabalho resumia bem minha vida “sem sal e estressante” – olhei em volta e vi carros, pessoas passando de um lado para o outro, ouvi uma música distante, pisei fundo e acelerei em uma rua vazia e molhada pela chuva, "estaria em casa em pouco minutos e estaria sozinho, como em tantas noites; ninguém para ligar, contar as novidades, ninguém me faria um jantar ou dividiria comigo uma pizza, ninguém para simplesmente sorrir ao meu lado" – em uma reta convidativa cheguei a 100 km. – "amor nunca foi prioridade, nunca foi algo que fizesse falta, minha carreira sempre me bastou, por que pensar agora nessas coisas? O amor é no mínimo perigoso; veja o que fez com o Alexandre?! Definitivamente o amor não é saudável”. Poucos carros passavam ao meu lado como flechas disparadas a esmo, luzes cortavam minha visão como flash de máquinas fotográficas, “mas e a solidão o que é? Se amar não é saudável, o que é a solidão então? Também não deve ser saudável ficar só; às vezes por uma busca de autoconhecimento sim, mas não por muito tempo; e eu estou sozinho há quanto tempo? Nem me lembro mais” – a reta é longa e por mais que eu acelere não há mais nada a fazer a não ser esperar, meus olhos acabam por vacilar um instante, eu percebo a falha a tempo de retomar o controle do carro e dos pensamentos. – “não me sinto carente, não seria a falta de alguém para namorar, conversar ou fazer amor, não se trata disso; sinto a falta de algo que não sei o que é; não sei explicar”. Meus pensamentos, assim como o carro, voam a procura de algo que nunca conheci, “talvez a solidão tenha me tirado do caminho há muito tempo”. Enfim minha rua, escura e silenciosa, como sempre. Meu apartamento, do mesmo jeito. Minha cama, completamente desarrumada. Deito e durmo sem tirar a roupa, sem conseguir pensar em mais nada. (...)
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
Ela, somente Ela - Música (letra)
Que tem o rosto mais lindo que já vi
Que já contemplei cada traço mas não canso de olhar
Pode ser meu maior tesouro ou meu maior arrependimento
Pode até ser este verso em forma de música
Ou a música que nunca tivemos...
Pode ser as noites que faltaram
Ou aquelas que ainda virão
Pode ser tudo que quiser, tudo que desejar...
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
O Voo da Borboleta - Cap IV
O Voo da Borboleta
Capítulo 4
Capítulo 4
Estávamos no final do mês de novembro, a cidade se enfeitava para o natal, o comercio, as casas e as avenidas ganhavam em cores com os enfeites natalinos. Nas ruas um clima gostoso de inverno fora de época nos brindava. Os casais aproveitavam esse clima para ficar juntinhos em lugares como o Parque dos Bilhares, o Largo São Sebastião ou a orla da Ponta Negra, passeavam de mãos dadas trocando olhares e sorrisos.
Nos grandes shoppings o corre-corre de final de ano estava no inicio, mas as filas já eram uma constante nas lojas de departamento. A cidade começava a viver aqueles primeiros dias que todo manauara adora, a véspera de natal. Não que seja diferente em outras capitais, mas em Manaus esses dias são particularmente especiais, primeiro porque o clima sempre muda, fica aconchegante, não frio, mas um clima gostoso. A cidade ganha um espírito diferente e até as pessoas ficam mais sorridentes. Mais felizes. (...)
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
O Voo da Borboleta - Cap III
O Voo da Borboleta
Capítulo 3
Alexandre estava muito tenso. Não conseguia relaxar. Já tinha utilizado todas as técnicas que conhecia, respiração, grito, alongamento. Tentou até meditar, mas desistiu logo em seguida, não dava para meditar na frente de tantas pessoas. Tentou se concentrar no texto em suas mãos. Não era nenhum desafio, já tinha encontrado textos mais complexos, mas teria que ser cantado, e em francês – seria uma ultima cena para o núcleo Francês que o diretor decidiu fazer de ultima hora – Os atores principais da minissérie e três figurantes cantando o hino Francês. Sem muito tempo para ensaiar – foram duas horas do momento que ele recebeu a notícia até a hora da gravação – agora as seis pessoas cantariam razoavelmente um trecho da La Marseillaise.
“Allons enfants de la Patrie,
Le jour de gloire est arrivé!
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est leve” (bis)
(...)
(...)
terça-feira, 8 de novembro de 2011
O Voo da Borboleta - Cap II
CAPITULO 2
Não foi naquela noite que ele me contou os motivos de sua tristeza. Disse-me apenas, o que tinha feito naqueles quatro anos, de forma resumida. Contou-me sobre a decisão de inicial de cursar Direito – atendendo as expectativas do pai – e depois a decisão de abandonar o curso ainda no segundo período. Passou a cursar Administração, nem tanto por vocação, mas porque era algo que iria contra a opinião do pai. Alexandre era assim naquela época, meio revoltado com o mundo. Iniciou o curso de Administração e acabou expulso de casa.
Foi morar na casa da mãe que havia se separado do pai quando ele ainda era criança – a mãe morava sozinha em um bairro humilde e ao contrario do pai de Alexandre levava uma vida simples – Ele teve que dormir em uma rede na sala da casa, sem ar condicionado e sem ventilador. Teve que se habituar à falta do conforto e das regalias que estava acostumado. Mas isso não foi difícil. Sua determinação era muito maior. (...)
domingo, 6 de novembro de 2011
O Voo da Borboleta - Cap I
NOTA DO AUTOR
Caros leitores. Amigos, desconhecidos, passantes, apaixonados ou não. Já há algum tempo venho refletindo sobre o que fazer do meu tempo, o que fazer para ocupar esse tempo que me sobra após um longo dia de estudo e trabalho, esse que não consigo ocupar com nada, nem mesmo com o sono. Mesmo cansado, minha mente não para, e eu fico horas pensando, pensando e pensando. Ultimamente tenho refletido bastante sobre uma história que acompanhei de perto, algo que mudou minha vida e meu modo de entender o Amor e todos seus mistérios. Então decidi dividi-la com vocês.
Acompanhei o desenrolar desta história o suficiente para contar-lhes com a maior exatidão possível. E prometo que narrá-la-ei desta forma. Sem esconder, omitir, nenhum detalhe desta linda história de Amor, a não ser o nome dos envolvidos, por motivos óbvios.
Leiam e reflitam, mas não me culpem caso após o fim, seu coração apertar e a saudade de alguém que existiu ou nunca existiu em sua vida domar seu coração. Faço minha parte ao narrá-la, você fará a sua após ler...
Publicarei um capitulo a cada dois dias, peço que me compreendam quanto a este período necessário, pois estou escrevendo e publicando um capitulo por vez. Obrigado. Boa Leitura!
Capítulo 1
Os pés descalços, o corpo dolorido, a respiração ofegante. Pingos de suor misturados à água da chuva. A mente dele acelerada, sentimentos desconexos, amor, dor, solidão e abandono, essa ultima fez o coração se comprimir no peito e explodir em forma de pergunta – Por quê? – com as mãos cerradas e olhar fixo no céu como se aguardasse a resposta que há meses o angustia, mas só as estrelas o observam. Sem respostas, sem nada que possa aliviar o peso da dor, como ultima saída, ele se permite chorar. E as lágrimas que outrora teimavam em cair rolam agora fácil naquele rosto que até pouco tempo desconhecia aquela sensação. E ele chora e chora. (...)
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SONETO DE ADEUS
Pensei nunca vê este dia "chegado",
Por pior que fosse o momento vivido,
Fechava os olhos pra não vê sofrido
Àquele que só queria estar ao teu lado.
Basta-me à dor de pouco teres tentado
Não me torne ainda mais ofendido,
Se tuas palavras fazem deprimido
A quem mais que tudo teria te amado.
Contra isso nada tenho mais por fazer
Se tudo que digo não te evita partir,
Pouco me resta ainda se não ceder,
E deixar esse "grande amor" fugir,
Calado e sem mais nada a dizer
Nem saber da saudade que já faz sentir.
Arthur Augusto (2011)
Basta-me à dor de pouco teres tentado
Não me torne ainda mais ofendido,
Se tuas palavras fazem deprimido
A quem mais que tudo teria te amado.
Contra isso nada tenho mais por fazer
Se tudo que digo não te evita partir,
Pouco me resta ainda se não ceder,
E deixar esse "grande amor" fugir,
Calado e sem mais nada a dizer
Nem saber da saudade que já faz sentir.
Arthur Augusto (2011)
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